domingo, 13 de fevereiro de 2011

LAZER E PRATICA PEDAGÓGICA NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA



Para Marcellino o lazer consiste em cultura ampla, vivência, praticada ou fluida no tempo disponível do sujeito. Essa concepção de lazer contrapõe-se a qualquer ensino tecnicista mecanizado por meio de gestos motores padronizados idealizando a performance física.  A Educação Física nessa perspectiva contraria a concepção do lazer enquanto cultura socialmente construída.
Todavia essa linha pedagógica tradicional tem acompanhado a História da Educação Física, não somente no contexto esportivo, mas também no sistema educacional. Apesar disso, diversos autores na área contestam o ensino tecnicista que domestifica  corpos a partir de padrões estabelecidos.
O rompimento com linhas tradicionais possibilita emergir um espaço de educação constante, no qual o individuo constrói culturalmente suas vivências de lazer.
Ao considerar intervenções pedagógicas na perspectiva do lazer, Marcelino (2002) aponta que tanto os conteúdos como a atitude docente, sejam embasadas na mediação entre a cultura e o sujeito. As ações sempre partem das construções culturais,  dessa maneira o lazer é vivenciado, praticado e fluido de forma autônoma expresso na amplitude cultural.
É quase unanimidade os estudiosos atribuir ao lúdico características positivas, as quais são referencias para intervenções pedagógicas numa proposta de lazer.  Porém, não se trata de apenas resgatar os aspectos lúdicos, mas possibilitar por meio das vivências a sua potencialização.
Além do lúdico, os conteúdos da Educação Física ao romperem com um ensino tradicional abordando em suas ações pedagógicas a corporeidade podem tratar de elementos do lazer.
Nessa concepção o professor atua como mediador na construção e apropriação dos saberes. Para Marcellino, os procedimentos didáticos devem possibilitar a manifestação cultural, e não oprimir, ou inibir as diversas manifestações de linguagens, sustentando-se na primícia de que o lazer é a mais ampla manifestação de cultura. O autor propõe uma pedagogia da animação.
Portanto, ao lidar com as questões referentes ao lazer, as intervenções pedagógicas na EF não necessitam de um tratamento especial, com conteúdos específicos, a proposta é de possibilitar ambientes nos quais as praticas corporais considerem a corporeidade expressa na história de cada sujeito.








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